São
histórias por abotoar estas que vos escrevo. Não são mais do que singelos
rascunhos, por vezes até pobres no seu significado mas que escrevo com alma
sobre os mais nobres tecidos. São acima de tudo histórias sobre tudo e sobre
nada.
Às
vezes, nem se poderão chamar efetivamente de histórias mas por que acabam
sempre por ter um bocadinho de mim, farão, pelo menos e por certo, parte da minha
história. São histórias por abotoar e acabam por ser retalhos dos meus
pensamentos que coso com as palavras que tenho à minha disposição.
Não
me importo se as cores das linhas condizem umas com as outras ou se por vezes
se cruzam e fica um nó entre as palavras. Também pouco me interessa se sigo bem
os moldes ou se os padrões não combinam de todo. São histórias por abotoar e
são pedaços de mim e da forma como vislumbro a vida, são cortes e recortes do
meu dia-a-dia e por mais sóbrios ou mais loucos que possam ser, eu visto-os,
porque são meus. Visto-os e desfilo-os pela rua. De alguma forma orgulho-me da
estilista que vejo crescer em mim.
Porém,
eu sei que estas histórias perdem por não lhes dedicar a atenção devida e, na
maioria das vezes, não lhes aprimorar o corte ou fazer uma bainha mas por
enquanto é assim que elas me fazem sentido. Pouco me importa se quem as lê
agora dá pela falta de uma dobra ou até mesmo de um botão… No fim de contas,
elas são ainda histórias por abotoar, e cumprem bem a sua função. Tenciono
continuar a escrever para mim, para todos e para ninguém.
Prometo
que qualquer dia aprendo a costurar.
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